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Correio da Manhã

Cultura
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FADO POR CARLOS ZEL

Com um espectáculo em jeito de homenagem ao prematuramente desaparecido fadista Carlos Zel, o palco do salão Preto e Prata juntou, na quarta-feira à noite, um grupo de cantores de várias gerações.
28 de Maio de 2004 às 00:00
 Argentina Santos participou
Argentina Santos participou
Desde o fado mais alfacinha ao associado às lezírias, passando por formas e interpretações de cariz mais "contemporâneo", houve trinados para todos os gostos.
Conduzidos pelo cantor residente das "Quartas do Fado" do Casino, Miguel Sanches, os artistas foram cantando e sentando-se em mesas típicas de uma casa de fados, num cenário com cintilantes estrelas por fundo e coroado por guitarras portuguesas.
Coube ao Quarteto Amália - uma fadista e quatro instrumentistas de cordas - abrir o evento com três fados (o mesmo número para todos os participantes) daquela que já é uma lenda e um verdadeiro mito português. Seguiu-se uma expressiva guitarrada, pelos artistas residentes do Casino, e as vozes de Pedro Moutinho - irmão de Camané - e Cila Guimarães. Chico Madureira levou à 'linha' o fado das tascas da capital. Ana Moura, com um forte sentido fadista, foi a primeira presença a marcar um terreno especial, dando lugar ao consagrado António Pinto Basto.
O 'novo fado' de Mafalda Arnauth contrastou tanto com a 'Menina da Tranças Pretas', do veterano Vicente da Câmara, como com as interpretações de Maria da Fé que, há quatro décadas, canta "até que a voz lhe doa". João Ferreira Rosa, apostou em fados como o inesquecível 'Embuçado' e um menos popular com letra de Pedro Homem de Mello, tendo a noite fechado em beleza com a inconfundível Argentina Santos. Uma jóia alfacinha com a voz mais bem guardada e típica do bairro fadista de Alfama.
Estivemos, pois, durante duas horas, em presença de artistas que têm em comum o dom de dar corpo e sentir a "canção de Lisboa".
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